Nossa História


Era 2 de janeiro de 2003 quando reencontrei aquela que viria a ser minha futura esposa, mesmo sem saber que já havia encontrado com ela antes.

Gabi no CEMS
Anne no CEMS

Tudo começou mesmo no ano de 1990, quando estudávamos no Infantil, no CEMS. Éramos colegas de turma, mas sendo tão pequenos e com toda a inocência do mundo que há nas crianças com essa idade, não despertou em nós nenhum tipo de interesse no outro. Nessa fase era só brincadeira e trabalho para a professora – digo isso mais por mim; dizem que os “Gabriéis” quando novos dão um trabalho enorme; parece que de anjo só o nome mesmo. Um belo dia, minha mãe disse para minha futura sogra que eu namoraria com a filha dela e Anne disse que o único namorado que teria seria o pai. Quanta inocência! Ela teria no futuro só mais um, graças a Deus!

1990 passou, sem tantos momentos marcantes para mim e Ninha ao mesmo tempo, mas Deus já tinha traçado o nosso destino. O tio dela, Oséias, é muito amigo de meu pai e algumas vezes fomos visitar a Igreja em que ele pastoreia, e, às vezes, Ninha frenquentava as reuniões. Provavelmente nos encontramos por lá algumas vezes, mas não nos víamos ou não notávamos um ao outro. Certa feita eu e minha família fomos até para um retiro organizado por Oséias, no Colégio Simões Filho. Ficamos por, mais ou menos, dois dias, e Anne acredita que ela estava lá também. Novamente nada entre nós – ainda éramos crianças e não pensávamos em namoro. Mas o Senhor não quis que nossos encontros (ou desencontros, sei lá) parassem por aí.

Em 2 de janeiro de 2003 iniciava-se nosso estágio na Embasa. Passamos por uma seleção pública envolvendo os melhores alunos de algumas escolas públicas de Jequié. Eram poucas vagas, mas conseguimos. O interessante nisso tudo é que, antes da Embasa, no ano anterior, eu tinha tentado um estágio no Banco do Nordeste. Fui bem. Eram 3 vagas (na prova, minha nota foi uma das três melhores) e só fiquei em sexto lugar porque minhas notas na escola não estavam muito boas. Se eu soubesse que isso contaria, não brincaria tanto no colégio, tiraria notas melhores e conseguiria uma vaga de estágio por dois anos no Banco do Nordeste e não me interessaria pela Embasa no ano seguinte. Em 2002 Anne morava em Eunápolis com a família e resolveu vir embora sozinha para morar com os avós, e, no ano seguinte, conseguiria um estágio na Embasa.

Imagine se eu tivesse conseguido o estágio no Banco do Nordeste e Anne continuasse morando em Eunápolis! O fim? Não! Deus providenciaria um encontro definitivo.

Começamos nosso estágio na Embasa. Foi um ano de contrato. Mais uma vez, durante os primeiros meses, não despertou em nós interesse um no outro, mas, aos poucos, foi desenvolvendo uma amizade entre nós (nesse período que descobrimos que tínhamos sido colegas no CEMS), amizade que ela levou tão ao pé da letra que até servir de cupido Ninha serviu. Tentou armar um encontro com uma amiga dela que estava interessada em mim, que, por sinal, sempre foi minha fã. A amiga mandou um bilhete e ela, toda inocente, me deu o bendito recado escrito. Por sorte de Ninha – se é que posso dizer assim – eu estava paquerando uma garota, nada muito sério, mas estava, e isso foi um ponto determinante para eu não me aproximar da colega dela. Terminei meu “namoro” e o estágio na Embasa também, quase que ao mesmo tempo. E agora, será que iríamos nos encontrar novamente? Sim! O que era muito raro na época aconteceu para nós. Fomos contratados como terceirizados e passamos a trabalhar no mesmo setor. Aí, com pouco tempo, eu passei a ter interesse nela e ela em mim. Usávamos a desculpa de carimbar um ao outro só para nos tocarmos. Eu nunca fui de ter amizades femininas mesmo, Ninha não seria a primeira. Tinha que ser diferente.

No dia 12 de março de 2004, Roseli, uma colega nossa da Embasa, nos convidou para assistirmos a uns jogos de futebol no domingo, dia 14. Aquilo era pura “treita” para criar uma situação a fim de nos deixar a sós. De fato haveria os jogos, mas isso não era, em nada, relevante para nenhum de nós. Aceitamos o convite e eu combinei com Anne que a buscaria na casa dos avós dela, que é perto de minha casa. Eu já sabia que aquela seria a oportunidade ideal para revelar a ela minhas reais intenções.

No dia 13, à noite, não sei como, uma fã minha que era estagiária da Embasa, da turma que nos sucedeu, descobriu que eu iria sair com Anne no dia seguinte. Então ela, desesperada, me ligou, pedindo que eu não fosse, que ela tinha um convite a me fazer para o mesmo dia 14 e que eu tinha que estar com ela. Eu disse que não seria possível pois já tinha combinado com Anne e que não desmarcaria nosso encontro. A insistência foi tão grande que acho até que houve um choro do outro lado da linha: a representação de que ela perderia para sempre qualquer tipo de esperança em relação a mim.

Chegou o dia 14 de março de 2004 e, no horário marcado, eu estava lá batendo palmas na casa da avó de Anne. Ela já estava me aguardando ansiosa. Fomos “assistir” aos jogos, mas não me pergunte se era futebol masculino ou feminino que eu não saberia responder. Minha concentração era outra. Com pouco tempo, Roseli nos chamou para ir à sua casa. Lá ela nos deixou a sós no sofá e ficou conversando com uma amiga do lado de fora da casa. Tudo armado. De repente, sem titubear, me aproximei de Ninha e disse que não estava me contentando em ser apenas amigo dela, queria algo mais, muito mais; queria namorar de verdade com ela. Ela disse que nunca tinha namorado e que não sabia como proceder, mas que tinha muito interesse em mim, porém tinha receio de que eu a decepcionasse, fazendo dela só mais um caso. Tá vendo que amizade entre homem e mulher – não como casais – não dá certo? Se ela me conhecesse de verdade veria que eu era diferente – modéstia à parte – da grande maioria dos rapazes de hoje em dia. Então eu disse para ela que não havia necessidade de receio e que eu iria provar que as minhas eram as melhores intenções do mundo, e quanto a como proceder, disse que ela não precisava fazer nada, deixando que eu iria guiar o barco. Nisso eu fui para beijá-la e, quando nossa faces se aproximaram como nunca antes, ela deu um salto do sofá que quase beijei um travesseiro, quando ela disse que iria olhar um feijão no fogo. Mas que feijão era esse? Só sei que entrou água no meu projeto para aquele dia.

Depois disso, descemos, meio que sem trocar palavras, mais por vergonha mesmo, mas eu sabia que deveria ter paciência com ela e deixá-la comigo em seus pensamentos. Não poderia forçar a barra, afinal de contas ela não tinha experiência nenhuma naquele sentido. Quando nos unimos ao restante do pessoal eu disse que precisaria sair, pois teria um almoço com os irmãos da Igreja. Veja só quem foi o mais inexperiente da história! Eu a levo para o evento e volto sozinho sem ela, sem saber como ela voltaria para casa. Que tolo eu fui e dói em meu coração até hoje só em pensar nisso. Mas graças a Deus tudo transcorreu na mais perfeita paz.

Dia seguinte... como seria nosso encontro? Nada. Entrei mudo e saí calado. Não sei como ela não concluiu que eu estava agindo de uma maneira inesperada. Foi preciso Roseli perceber a situação para nos colocar frente a frente para que não ficássemos zangados um com o outro. Quando eu olhei para Ninha, percebi o olhar dela de expectativa em querer que eu não desistisse dela. Eu não desistira dela, pois não recebi nenhum fora. A situação melhorou novamente entre nós e eu fui tentando prepará-la para o dia do sim, tanto num futuro próximo, como num mais distante, a saber, dali a 7 anos e 10 meses. Outro evento surge para nos unir mais uma vez: um show gospel de Oficina G3, que, da banda, eu muito pouco conhecia; apenas uma música, “O Tempo”, mas tinha algo em mim que dizia que aquele seria o show da minha vida, ou melhor, de nossas vidas. O evento aconteceria no dia 19 de março (depois que eu descobri que era o dia do aniversário do sogrão). Assim que soube, eu a convidei e disse que já viria com os ingressos na mão. Ela não pensou duas vezes e aceitou o meu convite, mesmo sabendo que teria de enfrentar uma possível barreira por parte dos pais, justamente pelo fato de ela não ter o costume de sair à noite, sem falar que naquela noite o primo dela estaria colando grau. E quem era esse tal de Gabriel com quem ela iria se encontrar, juntamente com Raianne, sua melhor amiga? Não era o mesmo do domingo anterior? Aparentemente a coisa não seria tão fácil, mas, minha querida futura sogra agiu de uma forma admirável. Parece que o coração de mãe dela percebeu que aquele seria o encontro que mudaria a vida de sua filha – garanto que ela não lembrou da profecia de minha mãe anos atrás.
Chegou o grande dia e tudo deu certo. Pouco tempo depois que eu cheguei no Colégio Social, local do show, eis que vejo Ninha e algumas colegas. Fui ao encontro delas e ficamos conversando. Somente o início do show iria afastar as colegas dela de nosso caminho. O TEMPO foi passando e se aproximando da meia-noite, quando o início do evento foi anunciado. Fomos ao local do show e, como a banda era de Rock, mesmo evangélico, o ritmo iria fazer o povo pular e dar um empurrãozinho – literalmente – em nosso destino. Quando a banda entrou, que a guitarra e a bateria deram o ar da graça, as pessoas pularam todas histéricas e Ninha, que estava logo na minha frente, tomou um susto e subitamente deu para trás. Se eu não a segurasse, envolvendo meus braços em volta dela, cairia. Depois que nos equilibramos novamente, o lógico seria nos soltarmos, mas quem disse que eu fiz isso? Não somente continuei abraçado a ela como aproximei meu rosto do ouvido dela para acrescentar palavras que não foi possível serem ditas no domingo anterior. Com pouco tempo ela já estava cedendo aos meus encantos – modéstia à parte novamente – e apoiou seus braços no meus, que continuavam na mesma posição. Enquanto isso o Rock and Roll estava rolando, mas para mim eu estava dançando valsa com ela. Somente meu corpo estava ali, mas parece que meu espírito estava tão irradiante que a sensação foi que nos teletransportamos para um paraíso só nosso. Enquanto eu envolvia meus braços nela e conversava aos seus ouvidos, meus lábios, volta e meia, beijavam seu rosto e sua cabeça até o momento em que ela não resistiu mais, e já era 20 de MARÇO de 2004 quando ela virou para trás e me beijou apaixonadamente. Só faltávamos levitar ali naquele momento. Houve explosões de fogos de artifício só para nós, só em nosso mundo. Foi lindo demais. Ela disse que ficou com muito medo de me perder para sempre, mas eu provei que, como a própria Palavra de Deus diz, em 1 Coríntios 13: 4, que o Amor é paciente. Eu sabia que nosso Bondoso Deus tinha algo maravilhoso preparado para nós.

Ninha & Gabi - 2005

Precisávamos desenvolver o nosso amor a cada dia para provar um ao outro que aquilo não era mera atração. Com dois meses de namoro, declaramos que nos amávamos verdadeiramente e esse amor só fez crescer a cada dia. Desafios vieram, pessoas más tentaram se colocar em nossos caminhos, mas quando o amor é verdadeiro e sincero, nenhum sopro do mal poderá derrubá-lo, e, graças a Deus, esse foi o nosso caso.
5 anos após o início do nosso namoro, quando eu senti de Deus que mais um sonho meu estava para se realizar, que era a minha nomeação no Ministério Público, resolvemos oficializar nosso plano maior que era de nos casar.



Em 20 de março de 2009, nossas famílias se juntaram na Pizzaria Camorra, e é lógico que minha tia e dinda Zana e vô Jura estavam lá, marcando presença mais uma vez num momento especial de minha vida, quando eu pedi a mão de Anne Grasielle Ferreira Melo em casamento para os pais dela. Falei bonito, sem demonstrar nervosismo. Quando abri a caixinha das alianças, o ouro foi tão reluzente que só brilhou menos que o amor que há entre eu e Ninha. Foi muito emocionante – e não estou falando da conta no restaurante; deixa isso pra lá.

Aqui estamos nós, 2 anos, 4 meses e 25 dias depois (7 anos, 4 meses e 25 dias ao todo), correndo para alcançarmos todos os preparativos do nosso casamento, a realizar-se em 28 de janeiro de 2012. Nossa casa está para começar a ser construída, tudo está dando certo dentro dos planos do Senhor, como sempre é assim.

Nossa felicidade é muito grande e parece que o tempo não está passando. Por falar em tempo, lembra o nome da única música de Oficina G3 que eu sei? Pois é, até nisso aquele dia 20 nos vem à tona. Como é bom relembrar coisas boas!

Anne e Gabi - 2010

Ninha, esse é o grande resumo de nossa linda história. Minhas palavras são escassas quando tento expressar o grande amor que sinto por ti. Espero em Deus que as linhas de nossas vidas possam continuar sendo preenchidas por belas histórias entre nós, entre nossa futura família, até o último momento em que eu respirar. Te amo demais e quero ser para você o melhor marido do mundo. Sempre que eu errar, me ajude a corrigir os erros, pois quem diz que não erra é mentiroso, como as próprias Escrituras Sagradas dizem, mas, de maneira alguma, eu quero persistir em qualquer eventual falha para contigo.

Que todas as pessoas possam conhecer um pouco de nossa história e saibam o quanto eu te amo.



Jequié, 15 de agosto de 2011.